Flamengo e Fluminense avançam com reformas no Maracanã: novo estacionamento e melhorias no complexo
Nesta semana, Flamengo e Fluminense deram mais um passo nas obras de reestruturação do Complexo do Maracanã. Os clubes, que administram o estádio em regime de consórcio, seguem com um projeto de modernização do entorno, com destaque para a transformação da área do antigo Estádio de Atletismo Célio de Barros em um novo estacionamento.
O local, que por décadas foi referência do atletismo nacional, hoje passa por uma reformulação para abrigar torcedores em dias de jogos, oferecendo vagas de estacionamento à venda. Segundo os clubes, o investimento faz parte de um pacote que prevê R$ 186 milhões em melhorias ao longo dos próximos 20 anos.
Os trabalhos no terreno, que já foram asfaltados, estão em fase adiantada. O espaço servirá tanto para veículos dos torcedores mandantes quanto para ônibus das torcidas visitantes, com uma divisória metálica separando os dois setores.
Atualmente, o complexo já conta com estacionamentos nos portões 2 (Avenida Rei Pelé) e 9 (Rua Eurico Rabelo), mas o primeiro é exclusivo para convidados e pessoas autorizadas. O novo espaço promete aliviar a pressão por vagas e deve contribuir para a redução de tumultos nos arredores do estádio. Moradores da região, especialmente da Grande Tijuca, se queixam há anos do caos no trânsito em dias de jogos, com ruas fechadas, presença de flanelinhas e brigas por espaço.
O Estádio Célio de Barros, inaugurado em 1974, foi palco de grandes nomes do atletismo como Robson Caetano, Maurren Maggi, Michael Johnson e Javier Sotomayor. Sua desativação em 2013 gerou uma série de protestos. O plano original do governo estadual era demoli-lo, mas a mobilização da comunidade esportiva e da população local impediu a ação. Desde então, diversas promessas de revitalização foram feitas, mas nenhuma se concretizou.
Durante a pandemia da Covid-19, a área ganhou nova função ao abrigar o Hospital de Campanha do Maracanã, com 400 leitos, construído em tempo recorde de 38 dias.
Agora, com a proposta liderada pelos clubes, a área finalmente ganha nova utilidade. Ainda que não retome sua vocação esportiva original, a estrutura passa a atender uma demanda prática dos torcedores e da população local, num esforço conjunto de Flamengo e Fluminense para modernizar o Maracanã sem ignorar seu valor histórico e urbano.