Crise no Corinthians: denúncia do MP expõe esquema no caso Vai de Bet

Crise no Corinthians: denúncia do MP expõe esquema no caso Vai de Bet

A semana foi marcada por mais um capítulo grave na crise institucional do Corinthians. Na última quarta-feira (10), o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o ex-presidente Augusto Melo, os ex-diretores Marcelo Mariano e Sérgio Moura, além do empresário Alex Cassundé, por envolvimento em um suposto esquema de corrupção ligado ao contrato de patrocínio com a casa de apostas Vai de Bet.

A denúncia formal inclui acusações de lavagem de dinheiro, furto qualificado e associação criminosa. O MP-SP pede ainda o bloqueio de bens dos acusados e uma indenização de R$ 40 milhões ao clube, valor que teria sido desviado por meio de empresas consideradas fantasmas. Segundo o inquérito da Polícia Civil, parte da comissão do contrato entre a Vai de Bet e o Corinthians foi destinada a empresas sem lastro real, com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos recursos e financiar, entre outras coisas, a campanha presidencial de Augusto Melo no clube.

O documento do MP é contundente ao afirmar que “está muito claro os caminhos tortuosos e ilegais que o dinheiro percorreu” e que os valores foram transferidos para empresas “recebedoras em trânsito” usadas para diversas formas de lavagem de capitais.

Entre os nomes envolvidos, destaca-se também Yun Ki Lee, ex-diretor jurídico do Corinthians, que chegou a ser indiciado pela polícia. Contudo, o MP optou por não incluí-lo na denúncia por entender que ainda há dúvida se ele agiu com dolo ou negligência ao não impedir o esquema.

A partir de agora, cabe à Justiça decidir se aceita a denúncia e transforma os acusados em réus. Caso isso ocorra, o processo segue para instrução, com apresentação de provas, oitivas e julgamento. A possível condenação dos envolvidos pode representar não apenas punições penais, mas também impacto profundo na reputação do clube e seus dirigentes recentes.

Esse novo escândalo chega em um momento delicado para o Corinthians, que enfrenta dificuldades dentro e fora de campo. A crise administrativa e financeira se agrava a cada semana, e episódios como esse apenas reforçam a necessidade urgente de reformas profundas na governança do clube.

No cenário esportivo, o ambiente nos bastidores também contamina o futebol. O elenco vive instabilidade, os salários seguem atrasados em alguns setores — como no futebol feminino — e a pressão da torcida aumenta a cada rodada. O caso Vai de Bet, portanto, não é apenas um episódio jurídico: ele é o reflexo de um clube que perdeu o rumo em diversos níveis de gestão.

Ao final da semana, a torcida alvinegra, entre indignada e cansada, aguarda respostas. A sensação é de que o Corinthians precisa mais do que vitórias em campo — precisa, urgentemente, de responsabilidade e transparência fora dele.

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