Quarteto brasileiro no Mundial de Clubes: estilos contrastantes, ambições distintas

Quarteto brasileiro no Mundial de Clubes: estilos contrastantes, ambições distintas

O Brasil chega ao novo Mundial de Clubes com quatro representantes que espelham momentos distintos da temporada nacional. Flamengo, líder em gols no país (68) e 5.º no ranking geral, reafirma sua vocação ofensiva sob Tite: média de 1,94 gol/jogo, tridente veloz (Bruno Henrique, Pedro, Everton Cebolinha) e laterais que atacam por dentro. A consistência no terço final compensa oscilações defensivas, colocando o Rubro-Negro como candidato a furar a hegemonia europeia e a surpreender gigantes como PSG e Real Madrid.

Fluminense ocupa o 11.º lugar em gols absolutos (59) e 22.º em média (1,64). O time de Fernando Diniz manteve o jogo posicional fluido, mas perdeu contundência após a venda de John Kennedy. A chegada de Diego Costa supriu experiência, porém não elevou a taxa de conversão. Para avançar, o Tricolor precisará equilibrar posse prolongada com maior verticalidade, sem abrir mão da pressão pós-perda que é sua marca registrada.

Palmeiras, 12.º em gols (58) e 20.º em média (1,66), vive transição geracional. Abel Ferreira mexeu no sistema: Endrick já vendido ao Real, Flaco López assume como referência, enquanto Luis Guilherme e Estevão ganham minutos. A solidez defensiva segue intacta (Weverton-Gómez-Murilo), mas a eficiência à frente caiu.

A nota dissonante é o Botafogo, penúltimo em gols (35) e dono da pior média entre todos os clubes (1,09). Depois de flertar com o título do Brasileirão em 2023, o Alvinegro não conseguiu repor as saídas de Tiquinho Soares e Eduardo. O técnico Artur Jorge testou esquema com três zagueiros, recuando Júnior Santos para ala, mas a equipe sofre para criar apenas 9 chutes certos por jogo, contra 15 do Flamengo. No Mundial, a estratégia tende a ser reativa, apostando na velocidade de Luiz Henrique e nas bolas longas de Marlon Freitas.

Em panorama geral, os números evidenciam o fosso que separa o bloco europeu: seis dos dez principais ataques estão no Velho Continente. Ainda assim, Flamengo apresenta desempenho compatível com a elite e pode carregar a bandeira sul-americana rumo às fases finais. Palmeiras e Fluminense surgem como franco-atiradores que, se aproveitarem erros rivais, podem surpreender. Já o Botafogo precisará de jogo quase perfeito para sonhar. A diversidade de estilos - posse tricolor, transições rubro-negras, pragmatismo palestrino e compactação alvinegra faz do quarteto brasileiro um laboratório tático interessante e mantém vivo o enredo de que, em mata-mata curto, tradição e resiliência podem equilibrar estatísticas.

Além do Brasil, outros cinco clubes sul-americanos participam: River Plate e Boca Juniors da Argentina completam a presença da CONMEBOL. No continente europeu, doze clubes marcam presença, incluindo favoritos como Manchester City, Real Madrid, PSG, Bayern, Chelsea, Inter de Milão e Atlético de Madrid. Estes dominam a média de gols e são considerados os principais candidatos ao título.

A África será representada por Al Ahly, Wydad, Espérance e Mamelodi Sundowns, todos com histórico competitivo. Da Ásia, estarão Al Hilal (líder em média de gols, 2,89), Urawa Reds, Al Ain e Ulsan HD. A CONCACAF traz clubes tradicionais como Monterrey, Pachuca, LAFC e Seattle Sounders, além do anfitrião Inter Miami, que conta com Messi como principal estrela. A Oceania participa com o Auckland City.

A fase de grupos terá confrontos desafiadores para os brasileiros: o Flamengo enfrentará Chelsea e LAFC no Grupo D; Palmeiras jogará contra Porto e Inter Miami no Grupo A; Fluminense divide o Grupo F com Borussia Dortmund, Ulsan e Sundowns; Botafogo caiu no mesmo grupo do PSG e Seattle Sounders, no B.

Apesar das críticas sobre impactos físicos e logísticos, a edição promete jogos históricos. A pluralidade de estilos e a presença de estrelas como Mbappé, Haaland e Messi, além de jovens promessas brasileiras, tornam este o Mundial de Clubes mais aguardado da história recente.

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