Botafogo expõe colapso em campo e confirma queda de rendimento com goleada no clássico

O Botafogo vive um dos momentos mais delicados da temporada. A derrota por 3 a 0 para o Flamengo, na noite de quarta-feira (15), no Estádio Nilton Santos, escancarou o abismo técnico e emocional que separa o clube de seu rival e deixou evidente o colapso de um projeto que parecia promissor. O resultado ampliou a crise sob o comando de Davide Ancelotti, que não consegue fazer o time reagir no Campeonato Brasileiro.

O clássico carioca, que deveria ser uma oportunidade de afirmação e recuperação diante da torcida, transformou-se em mais uma amostra de fragilidade coletiva. O Glorioso foi facilmente envolvido pelo adversário, errando em todos os setores e mostrando um time sem confiança, sem identidade e sem liderança em campo — reflexo de um planejamento que custou cerca de R$ 700 milhões e não trouxe o retorno esperado.

Mesmo com dois zagueiros no banco, Davide Ancelotti optou por improvisar Marçal na defesa, escalando-o na zaga pela direita. A escolha custou caro: o lateral falhou nos lances que originaram o primeiro e o terceiro gols rubro-negros. A insistência em ajustes improvisados, somada à falta de padrão tático, reforça o diagnóstico de que o treinador ainda não encontrou soluções.

A derrota também simboliza a ausência de um jogador decisivo, capaz de mudar o rumo das partidas. Nomes como Savarino, Santiago Rodríguez e Marlon Freitas não conseguem carregar o time nos momentos de maior pressão. A desconfiança toma conta do elenco e se reflete no campo, com uma equipe previsível e emocionalmente abalada.

Os desfalques, como Kaio Pantaleão, Alex Telles, Danilo e Montoro, agravam o cenário, mas não explicam completamente o desempenho abaixo da média. A SAF, que prometia disputar títulos e consolidar o clube em outro patamar, hoje convive com dúvidas e críticas crescentes.

Com o revés, o Botafogo se distancia da briga pelo G-4 e vê ameaçada até mesmo sua vaga direta na Libertadores de 2026. A equipe, que no início do ano projetava lutar por títulos, agora luta para reencontrar competitividade.

O próximo compromisso será no domingo (19), fora de casa, contra o Ceará — mais uma chance de reagir antes que o time mergulhe definitivamente na crise e transforme um investimento bilionário em mais uma temporada frustrante para o torcedor alvinegro.